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4. Os Fiapos de Esperança

Foto do escritor: Suelen WeissSuelen Weiss

Com 35 semanas o ILA subiu para 7,7, o melhor resultado desde o diagnóstico, para a surpresa e alegria de todos!!! A esperança começou a ganhar força. Começamos então a buscar os preparativos e procedimentos para algum tempo de sobrevida do Theo. Realizamos novos exames com o mesmo médico prestigiado que meses antes me examinou sem me olhar.


Os resultados confirmaram o aumento do volume de líquido amniótico, apresentaram normalidade nos movimentos do diafragma (indicando que não havia hipoplasia do pulmão e que a respiração do Theo poderia não estar comprometida), fígado bem desenvolvido sem qualquer anomalia aparente, sem circulares de cordão no pescoço. Ver seu nariz, boquinha e cabelinhos no exame me encheu de um amor intenso, descompromissado e envolvente.




Tantas “notícias boas” deixaram meu marido um pouco desesperado, mas eufórico. Ele decidiu que, em caso de sobrevida do Theo, ele é que ficaria em casa para os cuidados integrais, considerando que provavelmente faríamos diálise diariamente ou precisaríamos de cuidados intensos para uma criança dependente de imunossupressores após um transplante. Pesquisou todas as possibilidades de diálise peritoneal, para ser feita em casa. Me apaixonei mais ainda por ele quando ele me contou dessa decisão, por seu comprometimento e amor.




Refaço a mala de maternidade do bebê, feita e desfeita mil vezes. Dessa vez decidi me alinhar com a normalidade e fazer a mala de maternidade dos sonhos, com direito a todas as roupinhas bonitas (mesmo que não fosse usá-las), cueiros, escovas de cabelo, fraldas.

No final da 35ª semana buscamos com outro obstetra a possibilidade de versão cefálica externa para tentar um parto normal, que traria muitos benefícios ao sistema respiratório do Theo e à minha própria recuperação para uma próxima gestação. Combinamos realizar o procedimento no início da 37ª semana.

No mesmo dia consultamos uma nefropediatra, um anjo em nossas vidas, que nos deu uma nova perspectiva sobre o quadro de saúde do Theo. Por tratar apenas dos casos de sobrevivência, sua abordagem foi mais leve e confiante.


Sem desconsiderar a gravidade da doença e dos possíveis desfechos ruins (não era necessário abordá-los a fundo, já que foram pesquisados arduamente durante os meses anteriores) deixou claro que só conseguiríamos avaliar se haveria função renal após nascimento e que a doença pode ter diversos níveis de severidade. Nos contou de casos graves e também dos mais brandos que acompanha. Nos deu seu contato pessoal para voltarmos a conversar quando o Theo nascesse. Voltamos pra casa e falei para meu marido: que conversa boa, me sinto tranquila depois de muito tempo!

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©2020 por Theo e Familia Weiss Chaussard.

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